Nunca sofri racismo por causa da cor da minha pele , afinal, é um tom morena "aceitável".
Pelo meu cabelo mais crespo , sim, senti muita pressão social, mas era só fazer um escova bem "puxada" , uma alisada química de vez em quando, ahhh... , maquiar bem o rosto, afinar este nariz um pouco e pronto. Serei aceita !
Mas sinto medo pelo meu sobrinho negro , sinto medo pelos meus irmãos e amigos negros.
São alvo permanente do racismo de brancos que se acham muito boa gente, se acham os legítimos civilizadores, os "donos" do mundo.
A branquitude com seus privilégios segue confortável no seu ofurô de cocô, não sai do quentinho da merda que é o racismo. Não reconhece a atrocidade que é uma sociedade que hj é fruto de um colonialismo escravocrata . Nega o racismo estrutural, nega o racismo nos padrões de beleza, nas relações afetivas.
Branquitude sem empatia. Branquitude preguiçosa e ignorante.
Tranquila na sua caridade hipócrita, para mostrar: olha, todos somos iguais, compartilhamos as migalhas com o irmãozinhos desfavorecidos, veja a alegria deles !
Branquitude perversa em seu discurso de meritocracia e basta querer... Negando a violência que foi escravidão e seu impacto ao longo da história.
Negando o projeto de Estado para branquear o Brasil, ao excluir indígenas e negros do acesso aos direitos sociais, educação, moradia digna.
Negando, inviabilizando a história do povo negro e indígena neste país.
Menosprezando tudo que viesse da cultura africana e indígena.
Agarrada ao mito da democracia racial, segue negando o racismo no Brasil .
Segue repetindo falácias cretinas, piadas grotescas, violências sutis e escancaradas .
Entre risos, entre tiros, entre socos e chute na cabeça... assim , sem querer, afinal somos todos iguais e no Brasil não existe racismo, tenho até uma empregada negra que trato como se fosse da família.
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